João Tavares de Souza foi um jovem Militar do Exército brasileiro que em 1935 desertou das Forças Armadas e tornou-se guerrilheiro.
Ele tomou parte em um movimento operário revolucionário (em sua maioria composto por salineiros) que eclodiu em Mossoró, em meados dos anos 1930, que lutava contra o Governo e os desmandos dos patrões. Queriam dignidade, a partir da consolidação dos direitos trabalhistas. As ações se intensificaram no em 1936, com a prisão e mortes, de ambos os lados. Finalmente o Governo usou todo seu poder de força para massacrar os “subversivos” que, um a um, foram sendo capturados ou assassinados. Vários se tornaram fugitivos, como foi o caso de João Tavares, procurando territórios além do Rio Grande do Norte e chegando ao Ceará, por sua fronteira litorânea leste. Em maio de 1936, o jovem João foi surpreendido e preso no Sítio Berimbau, em Icapuí, por um contingente militar vindo de Mossoró que estava em seu encalço há dias. Conduzido a então Delegacia da Povoação de Areias (atual Ibicuitaba), de onde seria conduzido ao Governo Norte-rio-grandense, João Tavares arriscou fuga e foi sumariamente assassinado na tarde do dia 10 de maio, na localidade. O Local de sua morte transformou-se em lugar de peregrinação, em espaço de orações, mais do que memórias. O guerrilheiro transformou-se em um mito para a população, sendo a ele atribuídos vários milagres. Posteriormente, no local, que era assinalado apenas com uma cruz tosca, construíram uma pequena lápide e depois um modesto mausoléu, em forma de capela, como resultado de promessas de devotos que alcançaram graças, atribuídas à interseção do combatente e ex-Militar. O local de sua morte, em Ibicuitaba, guarda, por assim dizer, parte da história de Icapuí e do Brasil, em uma época de violentas repressões em que, tomar partido contra o Governo da era Vargas, era sentencia-se de morte.